Sabe o que me enche? Um pai me forçando a ser como ele, pressionando a fazer as coisas que ele sempre sonhou pra mim e reclamando a cada 'oportunidade' perdida que tive.

Eu amo o que ele faz, claro que quero fazer algumas coisas no mesmo ramo, mas não da mesma forma... e isso talvez o frustre.

Me lembra a vida de um pai e um filho muito famosos no campo da filosofia e economia: James e Stuart mill. Dois caras fantásticos, mas contraditórios em algumas idéias. Aí está uma breve história deles, que meu pai fez questão de imitar hoje na hora do almoço, dizendo que eu e minha irmã somos duas cobaias para a aplicação de suas teorias...¬¬

Ok, ok... Acabadas as lenga-lengas, eis a história!

James Mill nasceu em 6 de abril de 1773 na Escócia, foi um historiador e filósofo que influenciou muito a criação psicologia como um estudo científico.

Ainda quando criança foi mandado para estudar na escola da paróquia e depois para a Montrose Academy, onde ficou até os 17 anos e meio. Então foi para a Universidade de Edimburgo onde foi ótimo aluno e se destacou na literatura clássica. Entre 1790 e 1802 se dedicou ao estudo da filosofia e da história.

James defendia a teoria de John Locke, que dizia que a mente era como uma folha em branco pronta para receber as experiências e por isso decidiu estabelecer quais experiências teria o seu filho mais velho, John Stuart Mill.

Nascido em Londres (20 de maio de 1806), John recebeu uma rigorosa educação de seu pai, de Jeremy Bentham e de Francis Place. Raramente convivia com rapazes da sua idade e com apenas três anos já lia em grego, com oito anos começou a aprender latim e foi nomeado tutor dos membros mais jovens da família. Aos dezoito descreveu-se como uma ‘máquina lógica’ e aos 21 entrou numa profunda depressão e levou muitos anos para se recuperar.

Aos 25 anos se apaixonou por Harriet Tylor, ativa defensora dos direitos das mulheres, mas ela era casada e teve que esperar 20 anos até seu marido morrer para que pudessem ficar juntos. John a chamava de ‘dádiva-mor da minha existência’ e ficou inconsolável quando ela morreu sete anos depois. Escreveu um livro sobre ela com a ajuda da filha, que contou sobre as experiências da mãe com o antigo marido.

John era um homem excepcional! Defendia o direito financeiro das mulheres e achava um absurdo a subordinação feminina em relação aos homens e a proibição do divórcio por incompatibilidade de gênios. Comparava a saga das mulheres com a dos menos desprovidos. Procurou combinar o utilitarismo com o socialismo, em que ressaltou o valor do altruísmo, como forma de superação do egoísmo. Na política ele seguiu o caminho do liberalismo extremado, muito próximo do anarquismo.

Combatia a visão que seu pai tinha em relação à mente de que ela era passiva e que reage mediante ao estímulo externo. Além disso criou a Doutrina da Química Mental, que também contribuiu muito para o nascimento da ciência psicológica.


Rá! James criou um monstro!!! hehehe

"As ações são corretas na medida em que tendem
a promover a felicidade, erradas na medida em
que tendem a promover o reverso da felicidade."
John Stuart Mill


John Stuart Mill


James Mill